jueves, 29 de marzo de 2007

16. QUANTO MAIS ORANTE MAIS ACTIVO


Ali, na oração, é onde Deus “ilumina o entendimento com tantas verdades incompreensíveis para todos os que não fazem oração; ali é onde reforça a vontade; ali é onde toma posse completa dos corações e das almas”. Assim o experimentou e o disse Vicente de Paulo. Ali é onde descobrimos o mundo segredo das nossas motivações. As obras que não estão animadas pelo amor de Jesus Cristo, disse-nos São Vicente, são como moedas falsas e sem valor”, “não estão feitas com o selo do Príncipe”.
Ouve, por acaso, em tudo o século XVII, alguém mais activo e comprometido que São Vicente? Além das suas obras e inumeráveis serviços aos pobres, às pessoas particulares e às congregações. Escreveu mais de 30 mil cartas e deu milhares de conferências. Quantos quilómetros percorreu ao longo da sua vis? A quantos dirigiu espiritualmente? E a quantos formou na fé e no crescimento humano? E, quantos milhões de moedas passaram pelas suas mãos sem ficar nelas? E este activo Senhor Vicente é quem nos diz que temos de “estimar e preferis a oração a qualquer coisa”, e que um alma sem oração “faz-se morna, fraca, sem força nem entusiasmo, fastidiosa para os demais e insuportável para si mesma”. E ele diz-nos: “dai-me um homem de oração e será capaz de tudo”. E “se temos êxito nas nossas tarefas é graças à oração”. “Havemos de acudir a Deus a fim de que não sejamos nós os que falemos nem os que actuemos, mas que seja Deus pelo nosso meio”. Um doutor que não tem mais que a sua doutrina, fala de Deus da forma que lhe tem ensinado a ciência, mas uma pessoa de Oração, fala Dele de uma maneira muito distinta. E é preciso que o doutor cale quando há uma pessoa de oração”.
Vicente de Paul nunca foi um teórico. Foi um homem de experiência. Um homem que reflectia com o seu Senhor os materiais da vida. O que ele nos diz não são teorias, é a descrição da sua experiência. Se assim nos falara da oração um monge enclaustrado ou um esperto na leitura dos místicos, poderíamos não crer-lhe: isso está bem para você que tem tempo, mas não para mim. Vicente fala-nos porque assim o tem experimentado. E não só teve tempo para fazer a oração, mas foi da oração de onde tirou o tempo para fazer tudo o de mais. Quanto mais orante mais activo, e quanto mais activo mais orante.

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