jueves, 29 de marzo de 2007

2 TAMBÉM ELE NÃO NASCEU SANTO


Ninguém nasce santo. Ninguém nasce seguidor de Jesus Cristo. Ninguém nasce com um belo projecto debaixo do braço. Depois ao longo da vida, uns pegam-no e outros deixam-no. Uns dizem SIM, e outros perdem tempo à sombra dos seus pretextos.

Vicente de Paulo nasceu em Abril de 1581. O Seu Pai chamava-se João e a sua mãe Bertranda. Eram em total seis irmãos. Cultivavam o campo e pastoreavam o gado. Não experimentaram a miséria extrema. Mas sim a dura pobreza e pesados trabalhos. Vicente teve a sorte de poder estudar. Na França do seu tempo a maioria da gente não sabia ler nem escrever. Vicente era um adolescente solidário, reflexivo e inteligente. Mas rapidamente em quanto estudava em Dax. Teve de ajudar a outros alunos menores dando aulas para ajudar economicamente com os seus próprios estudos.
Desde estes primeiros anos será activo trabalhador e formador de pessoas, e assim será ao longo de toda a sua vida.
João o seu pai era um pouco coxo e com aspecto de camponês desarranjado. Vicente, ainda adolescente se envergonhou várias vezes do seu pai, quando este ia visitá-lo ao Liceu. Dizia-mos que ninguém nasce santo. E perante a “o quê dirão os de mais”, Vicente deixou-se levar pelos seus complexos e pela sua ingratidão. Mais tarde arrepender-se-á e curar-se-á dos vírus desta enfermidade.
Mais tarde, depois dos seus estudos na Universidade de Toulouse, e quando ainda era muito jovem para o fazer, Vicente se ordenou de sacerdote. Era o ano de 1600. Mas a ordenação também não faz santo a ninguém e menos ainda se a receber de qualquer maneira. E Vicente nestes anos, pensava mais em si mesmo que em evangelizar aos pobres. Não nasceu santo e ainda não o era. Ele tinha um projecto centrado em si mesmo. Como a sua família era pobre, desejava melhorar a situação dos seus. E queria para si uma vida tranquila e em segurança. Para conseguir este o seu projecto, não o projecto que Deus tinha para ele, gastou vários anos da sua vida. Dedicou-se corajosamente, pondo em prática a sua imaginação, as suas influencias e todas as suas capacidades.
Ainda nesta etapa egocêntrica Vicente é um jovem interessante, pois um homem com um projecto para a sua vida causa paixão e curiosidade. Não é passivo, nem se encosta nos outros, não é um parasita, nem um desinteressado. Vá, vem, luta, viaja, inverte tudo o que possui e que pede emprestado. Roma, Burdeus, Marsella, Paris... longas viagens nos carros da época e em apertadas barcas com o objectivo de conseguir um posto que lhe desse benefícios económicos e prestigio social. Desejava ser alguém numa sociedade que só sabe valorar a quem tem e não a quem é. Nestes caminhos anda Vicente estes anos da sua vida por volta do seu ego. Mas o Senhor é paciente, espera para nos fazer bem e para nos fazer bons. E espera uma resposta corajosa e generosa. Vicente lhe respondera? E nós?

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