jueves, 29 de marzo de 2007

15. A ALMA E OS PÉS DE VICENTE DE PAULO.


Não temos contactado nas páginas anteriores nem o dois por cento da vida de São Vicente. Somente são como um humilde átrio de entrada a fim de nos sentirmos cativados a ir mais além. (Te recomendo que leias por exemplo, “São Vicente de Paulo, biografia”, de José Maria Román, e também, “Vicente de Paul, Biografia e Espiritualidade”, de Vicente de Dios. O Primeiro o podes conseguir na edição da BAC; o segundo é editado por Claveria em México).
Mas antes de concluir esta mini biografia, não podemos evitar algumas perguntas. Como foi possível? Como foi possível tanta profundidade e tanto serviço e tanta capacidade para contagiar e organizar a outros? Em que fonte o manancial bebeu Vicente de Paulo amor sem fronteiras, força serviçal e corajosa perseverança? “Amemos a Deus Irmãos meus, - dizia ele – mas que seja com o suor da nossa fronte e o esforço dos nossos braços”. Mas isso não nos é possível se não o apreendemos e o recebemos de Jesus Cristo. Ele disse-nos: “Sem mim nada podem fazer”. Jesus Cristo nos pobres e os pobres em Jesus Cristo são os dois pés da caminhada de Vicente, podem distinguir-se mas não podem separar-se. Nos salva Jesus Cristo, não nos salvam os pobres. Mas a garantia de que aceitamos a salvação de Jesus Cristo está na nossa partilha com os pobres. E ao fazer, eles nos unem mais a Jesus Cristo. Servir-lhos é o nosso culto de acção de graças. E esse culto se expressa e se alimenta também na Eucaristia. Jesus Cristo nos salva por meio do seu sacramento histórico dos pobres. Eles são os seus vigários. “Fazer na terra o mesmo que fez o Nosso Senhor, isto é fazer a vontade de Deus”. As feridas e as necessidades dos pobres são os santos lugares onde se encontra a pérola de grande valor.
Vicente de Paulo foi um apaixonado de Jesus Cristo. Dali floresceu a sua paixão pelo cuidado dos pobres, pelos “Cristos açoitados” da sociedade. Jesus Cristo é o sacramento de Deus. “Quem me vê a mim – disse-nos – vê ao Pai”. E os pobres são o sacramento de Jesus Cristo. “O que fazem com um destes mais insignificantes – aclara-nos – comigo o fazem”. Ou como dizia-o o Senhor Vicente: “Virem a medalha e descobrirão com as luzes da fé, que são estes os que nos representam o Filho de Deus”.
De Jesus Cristo recebeu e acolheu São Vicente o amor, a força e a perseverança no serviço. o seu primeiro biógrafo - Abelly -, garante-nos que Vicente: “Tinha o seu olhar fixo em Jesus Cristo, tudo o dizia ou fazia o moldava sobre o divino original. Tinha-se proposto a Jesus Cristo como o único exemplo da sua vida... de tal maneira que podia dizer-se na verdade, que a vida de Jesus Cristo, o seu Evangelho, era a única regra da sua vida e das suas acções”. E Vicente garante-nos que Jesus Cristo, “é o grande quadro invisível com o qual havemos de conformar as nossas acções”. Por isso habitualmente perguntava-se – e ensino-nos a perguntarmo-nos – “Senhor, se tu estivesse no meu lugar, o que farias nesta ocasião?”. E a vida de Vicente foi a fiel resposta a esta pergunta. Foi o bom samaritano apaixonado por curar as chagas da sociedade do seu tempo. Também nós o seremos da nossa?

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