jueves, 29 de marzo de 2007

10.2 O CONDE DE ROUGEMONT TINHA UM PROBLEMA

Lhes apresento O Conde de Rougemont. Rico, forte, amável, esperto no manejo da espada, sensível perante os mais leves agravos, teimoso e vingativo. A luta é a sua paixão. A quantos terá mandado embora deste mundo com a sua espada? A quantos terá mutilado? Mas a Chatilhão chegou este sacerdote chamado Vicente de Paulo e as suas assanhas estão na boca de todos. E o Conde tem sentido o seu estilo de vida ameaçada. E não porque o Sr. Vicente o vituperado em público. Pelo contrário o Conde sente-se atraído por ele e pelas suas obras. E um dia se decide a ir visitar ao Sr. Vicente é mais arriscado que ir às Vegas a jogar-se os dinheiros. Com ele sempre se perde, é dizer sempre ganha-se a vida. E o trato e a palavra de Vicente – Deus pelo seu meio – transformaram a este “gentilhomem”, levaram-no da mão a Jesus Cristo e aos pobres. O historiador José Maria Romão, diz, na sua biografia de São Vicente, que a conversão do Conde “foi tão rápida como as suas estocadas, e não menos espectacular”. Vendeu as suas terras e dedicou o valor obtido a socorrer aos pobres e em ajudar a levantar algum mosteiro. Quis também vender o castelo que tinha em Chandré, mas como o Sr. Vicente o desaconselhou o transformou em hospital e asilo de enfermos pobres a os que ele mesmo servia. De tudo foi-se desfazendo em favor dos necessitados. Hoje graças a sua conversão a Jesus Cristo nos pobres lembramo-nos dele. Fez-se um homem de oração, de meditação sobre a Paixão do Senhor perante o Sacrário. E um dia tomou conta de que tinha um problema. Examinando-se, passou revista “aos seus negócios as suas amizades, a sua reputação e a sua grandeza , os pequenos entretenimentos do seu coração humano, pensa, reflecte, medita e finalmente fixa-se na sua espada. Porque a levas?, pensou. Poderias passar sem ela? Sem esta espada que me tem salvado de tantos perigos? Mas também é verdade, que se surgir algum agravo, tu não terás o valor da não usar e destra maneira ofenderias a Deus. Meus Deus, o que vou fazes?, Diz-se, é possível que trave o meu coração este instrumento da minha vergonha e do meu pecado? Não encontro nenhuma outra coisa que me tenha atado mais do que esta espada, seria um cobarde se não me desprender dela. E nesse momento viu uma pedra grande, desceu do cavalo, e tris tras, rompeu-a, fê-la pedaços e foi-se embora.
Assim cintava Vicente aos seus, muitos anos depois o problema que tinha o conde de Rougemont e a solução que tinha encontrado. “E disse – acrescenta são Vicente – que aquele acto de desprendimento, ao romper a espada que o tinha preso, lhe deu uma liberdade tão grande que já nunca esteve atado pelas coisas perecedoiras” Jesus Cristo e os pobres o libertaram do seu medo, das suas vergonhas de se perder nas lutas inúteis e vãos prestígios de grande espadachim. Começou a ser um homem livre e novo. Teve a experiência como o Sr. Vicente perante a tentação de colar-se à família, de que nunca somo demasiado drásticos contra aquilo que nos impede o seguimento de Jesus Cristo. E, antes o depois, tal vez todos podemos entender que “há alguma espada” o alguma coisa a que estamos atados, colados, ou alguma coisa que mais que possui-la, possuem-nos. Quando Zaqueo, se libertou das suas ataduras e se determinou em dar os seus bens aos pobres e a os retribuir do que lhes tinha roubado, Jesus disse-lhe: “Hoje entrou a salvação a esta casa”.

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