jueves, 29 de marzo de 2007

9.3 MONTMIRAIL E OS PASTORES EGNORANTES

Terceira pergunta, estamos em 1620. Vicente e os seus companheiros dão uma missão em Montmirail, e a gente participa entusiasmada nos actos de evangelização, na explicação da obra de Jesus Cristo, do Credo, do Pai Nosso, dos Mandamentos, da confissão e dos outros sacramentos. Além disso, há uma parte da população que não é católica e confessa-se protestante. Margarita de Gondí tinha casa nesse lugar e havia três destes hereges que pareciam dispostos à conversão. Agora encarrego-os ao Pe. Vicente, para que durante estes da missão, instruíra-os nas verdades da fé católica. Assim o faz ele com carinho, dedicando-lhes duas horas cada dia. Não demoraram dois deles em se retractar dos seus erros e aceitaram a fé católica. O terceiro foi mais difícil e colocou-lhe a Vicente uma objecção prática. “Eu não posso crer que a Igreja Católica esteja dirigida pelo Espírito Santo. Os católicos do campo estão abandonados em mãos de pastores viciosos e ignorantes, que não conhecem as suas obrigações e que nem sabem sequer o que é a religião cristã. As cidades estão cheias de sacerdotes e de freires, enquanto estas gentes do campo encontram-se numa ignorância terrível, pela que se perdem. E quer Você convencer-me de que isto está sob a direcção Espírito Santo? Não posso acreditá-lo”.
Este homem falou a Vicente de algo substancial. A Igreja há-de viver o credo e o serviço aos pobres. Como poderia conservar um sem o outro? Como poderia viver-se o primeiro mandamento sem o segundo? È isto o que queria o Espírito Santo que anima à Igreja? Uma Igreja que não servira aos pobres seria a sua Igreja? Mas, além da sua objecção, este homem falou-lhe a Vicente dos conjuntos interrelacionados: o povo simples o os seus sacerdotes e pastores. Os uns estão mal por culpa dos outros. Quê remédio pôr? O Sr. Vicente conhecia a realidade de estes dos conjuntos. Sabia das misérias do povo, do seu abandono, exploração e ignorância religiosa, e sabia das misérias do clero, da sua ignorância, dos seus vícios e do seu desleixo pastoral. Os. Vicente com as missões evangelizadoras, estava a responder à primeira parte, a correspondente à ignorância do povo, mas como responder à segunda parte, à situação do clero? O herege converteu-se no ano seguinte, em 1621, durante outra missão dada na população mais próxima de Marchais. Ao ver a amorosa simplicidade dos missionários com o povo, a sua forma de via, o seu trabalho e o seu zelo, foi ver a Vicente e disse-lhe: “Agora vejo que O Espírito Santo guia à Igreja de Roma, já que se preocupa da instrução destes pobres das aldeias. Estou disposto a entrar nela quando você queira receber-me. Não eram as teorias que o tinham convencido, eram as obras evangélicas dos missionários. Por tanto teria de fazer alguma coisa para que também o clero da França fosse reformado a fim de atender as necessidades do pobre povo.
Ao obras de Vicente que deram resposta a esta pergunta -nascida do herege, e nascida antes da sua própria experiência em Chatilhão e nos diversos lugares que missionava- não tardaram em concretizar-se. Apareceram os exercícios aos ordinandos, a criação e direcção dos seminários, as conferências das 3ª feiras para os sacerdotes e a selecção dos Bispos mais zelosos através do real conselho de consciência no qual Vicente teve uma grande influência.

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